A MAÇÃ

A portabilidade desta fruta torna a maçã num “must” para pequenos e graúdos. Sinónimo de saúde é sempre bem aceite por todos e utilizado como exemplo de uma boa escolha para qualquer merenda. Por detrás desta fachada de marketing saudável esconde-se um pacote nutricional rico em hidratos de carbono simples que nos permitem apetrechar a corrente sanguínea de glicose e saltar entre as refeições principais. A simplicidade destes hidratos de carbono fazem-se acompanhar de uma acidez natural que se traduz numa sensação de rápido esvaziamento estomacal. Esta vulgar sensação conhecida popularmente como “roeza” foi durante muitos anos mal interpretada e infelizmente com o intuito de atrasar esta sensação natural fez-se acreditar que a bolacha deveria ser consumida simultaneamente. À bolacha também rica em hidratos de carbono simples e outros provenientes da farinha de trigo refinada mistura-se uma colherada de margarina, gordura processada que atrasa a digestão e oferece outra mão cheia de problemas. O resultado final é evitar a dita “roeza” a troco de outras chatices. Conclusão prefira a maçã sem bolacha.

Voltando à mãe natureza e aquilo que ela nos propõe para as merendas, a maçã é igualmente uma fonte de fibras alimentares. Isto dá significado a dois coisas, uma primeira, que os tais hidratos de carbono estão envoltos em estruturas naturais de fibras, as quais ajudam-nos a libertar lentamente na corrente sanguínea o “açúcar” e uma segunda, esta fibra é essencial ao bom funcionamento do aparelho digestivo. O tipo de fibra presente na polpa da maçã é solúvel, conhecida como pectina, e na casca, insolúvel. A quantidade de fibra solúvel na maçã é superior em relação à sua quantidade de fibra insolúvel. Esta caraterística faz com que a maçã promova com maior facilidade a produção de gases intestinais, uma queixa típica dos indivíduos que por vezes também não ingerem quantidades suficientes de fibras insolúveis, aumentando assim o desequilíbrio entre estas. Mais uma vez, varie as frutas e prefira os alimentos integrais.

Continuando com o aparelho digestivo, a maçã é conhecida como uma boa “escova de dentes”, seja pela frescura obtida após a sua ingestão, como pela lavagem dos dentes e fortalecimento das gengivas.

Outros benefícios do consumo da maçã estão dependentes do seu perfil nutricional rico em vitaminas, minerais e água. Este trio é indispensável ao bom funcionamento do organismo mas é-o ainda mais quando se fala em esforços de elevada intensidade com a obrigação de manter as necessidades asseguradas nestes nutrientes. A utilização da energia pelo organismo só é possível se a ingestão de nutrientes reguladores como as vitaminas, minerais, fibras e água forem igualmente ingeridos em quantidade suficiente.

Por último, e porque o envelhecimento é um processo que deve ser saudável, a presença de fitonutrientes, como os flavonóides, são uma garantia de um processo otimizado quando a maçã é produzida de uma forma biológica. O aroma, a cor, o sabor são indicadores da presença de fitonutrientes que estão em quantidades superiores quando se respeita a mãe natureza. A ação dos fitonutrientes não depende de uma única fruta, o leitor deve compreender que as funções: antioxidante e anticancerígena são potenciadas quando a maçã é ingerida numa combinação com outros frutos e/ou vegetais e/ou ervas aromáticas e/ou especiarias.

 

Ricardo Oliveira

Nutricionista

 


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